Na tarde desta última quinta-feira, 22, o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte promoveu, em sua sede, reunião com representantes de empresas rio-grandinas do setor. O objetivo foi sugerir uma mobilização das metalúrgicas locais para disputarem as obras que acontecem no município, não apenas no setor naval.

O encontro foi aberto pelo tesoureiro Sadi Machado, que falou na perda de mercado das empresas locais para as de fora da cidade, sendo algumas de Santa Catarina, Paraná e até da Bahia. Em vários casos, essas empresas trazem trabalhadores de outros lugares e, quando empregam mão de obra local, ainda ficam devendo obrigações salariais.

O dirigente do STIMMMERG lamenta que hoje se vê várias lojas fechadas, pessoas desempregadas vendendo balas nas ruas, estaleiro embarcando bois ou madeira, enquanto essas metalúrgicas de Rio Grande tem competência e mão de obra qualificada para disputarem os contratos também em outros setores, como de fertilizantes e petróleo. “Nossa parte é defender o trabalhador, mas no momento temos de estar juntos e queremos construir uma parceria com os empresários para gerarmos mais empregos e termos acesso facilitado aos responsáveis pelas empresas, uma vez que eles também estão na cidade”, comentou o sindicalista.

“É preciso movimentar a economia do município”

Ao usar da palavra, o presidente Benito Gonçalves, disse que nunca tinha visto o Calçadão “com uma loja aberta, outra fechada, uma com placa de Aluga-se, outra com placa de Vende-se”. Falou que é preciso movimentar a economia do município, pois com o crescimento das empresas haverá mais trabalho e o sindicato também será beneficiado. “Se tiver mais trabalho ganham o trabalhador, as empresas e o sindicato”, destacou.

O presidente do STIMMMERG propôs que, unidas, as empresas terão como conquistar uma parte também das grandes obras e força para buscar o apoio da classe política, também considerada fundamental, uma vez que “o político lá em cima é que decide”.

Formação de consórcio e Grupo de Trabalho

Os empresários que participaram do encontro no STIMMMERG mostraram interesse na formação desse movimento. Uma das sugestões é que as metalúrgicas se unam em consórcio para disputar as grandes obras e também para terem competitividade na compra de insumos.

No final, todos concordaram que o grupo a ser formado entre o sindicato e as empresas deverá ter três pilares como foco: a isenção do ISS para as metalúrgicas rio-grandinas que contratam mão-de-obra local; melhorias no transporte coletivo para facilitar a mobilidade dos trabalhadores e que a Prefeitura priorize as empresas locais na execução de obras públicas, já que ano passado 83% das empresas contratadas eram de fora da cidade e nem ao menos havia exigência de EPI (Equipamentos de Proteção Individual).

Ficou definido que os encontros terão continuidade e o presidente do STIMMMERG, Benito Gonçalves informou que no próximo encontro serão ouvidos os empresários e outros que vierem a se juntar ao grupo. A ideia é criar um Grupo de Trabalho (GT) e preparar um documento oficial para ser enviado às autoridades representativas do município “como um pedido de socorro da classe empresarial às nossas lideranças políticas”.

23 de maio de 2025.

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