Falando com exclusividade ao nosso site, o deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT), que é presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval Brasileira, mostrou-se otimista com a reativação do Polo Naval e a continuidade das operações dos estaleiros em Rio Grande e São José do Norte.

“O Polo Naval vai retornar”, afirmou. A Frente Parlamentar visitou cada um dos estaleiros brasileiros e constatou as boas condições de todos para a retomada da indústria naval. Sobre os estaleiros gaúchos, adiantou: “O ERG está pronto para operar. O EBR também. Acredito que em curto espaço de tempo vamos ter novidades em projetos, não apenas de construção de módulos, como também há possibilidade dos estaleiros atuarem na reciclagem de embarcações”.

O parlamentar tratou dos estaleiros locais com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Manifestou preocupação com a desmobilização do EBR devido a ausência de novos contratos, e contou que “ela está olhando para cá, ciente da importância do setor para nós. A construção de cada módulo emprega cerca de 500 trabalhadores”.

Desde novembro o parlamentar vem dialogando com o Governo Federal, que irá incluir os projetos da Frente Parlamentar no plano estratégico Nova Indústria Brasil para impulsionar o setor industrial do país até 2033.

Embarcações para a Petrobras e hidrovias

A Frente Parlamentar obteve, entre outras conquistas, a obrigatoriedade do conteúdo local em 40% com penalidade para o não cumprimento da medida, bem como a obrigatoriedade de docagem em estaleiros nacionais para navios financiados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) e BNDES.

O cenário atual prevê, para a Petrobras, projetos para construção de 12 PSV (embarcações de apoio marítimo), 8 RSV (pequena embarcação especializada em operações no fundo do mar), dois AHTS (rebocadores de plataformas de petróleo), 10 OSRV (embarcações que atuam no apoio às operações de contenção de derramamento de óleo) e quatro navios graneleiros da classe Handy, em processo de licitação para a Transpetro.

Disse Lindenmeyer: “A exigência de conteúdo local em 40% sinaliza que a construção dessas embarcações provavelmente se dará dentro do Brasil. Fora disso, a Petrobras colocou exigência de 20% em duas plataformas, cessão não onerosa, que não tinham previsão de conteúdo local. Este cenário significa muita construção de módulos e a possibilidade de outras encomendas. A política nacional volta não só com a reciclagem, manutenção de embarcações, mas com a construção de novos projetos”.

Alexandre Lindenmeyer vai mais além: “Além da indústria naval, existe a utilização da hidrovia, que exige a construção de chatas e embarcações para transporte de grãos e combustível. Tem hoje uma fila de espera de navios, e foram liberados R$ 3,2 bilhões pelo BNDES para a construção de mais de 400 barcaças e em torno de 20 empurradores. Hoje 50% da produção de grãos no Brasil está chegando aos portos pelas hidrovias”.

Lindenmeyer afirma que o Polo Naval vai retornar

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