O movimento sindical da região tem motivos para se orgulhar. É que neste sábado, 18 de outubro, o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte (STIMMMERG) estará completando 93 anos de lutas em favor de sua categoria.

“Estamos em pé e com muita disposição para defender os direitos de nossos trabalhadores”, diz o presidente Benito de Oliveira Gonçalves, que observa: “Passamos por várias mudanças e obstáculos, como a chamada reforma trabalhista, que foi contrária ao movimento sindical. Como sindicato sério, que vive apenas da contribuição sindical, enfrentamos falta de recursos, mas estamos nos adequando às novas condições que nos foram impostas e nunca desistimos da luta”.

O presidente do STIMMMERG critica a demora na retomada do setor naval no município. Diz que a movimentação para construção dos quatro navios da classe Handy, encomendada à Ecovix pela Transpetro, deverá iniciar somente na “virada” do ano e prevê que o primeiro corte de chapa acontecerá em junho de 2026. A estimativa é que no pico das construções serão gerados 1.500 empregos diretos. Esse número poderá aumentar se a Transpetro exigir o cumprimento do prazo inicial de entrega das encomendas. Neste caso, haverá necessidade de maior contingente de mão de obra para recuperar o tempo perdido com o atraso dos serviços.

Novas encomendas

A diretoria do STIMMMERG vê a possibilidade do Estaleiro Rio Grande ter novas encomendas. Acontece que a Ecovix participou de novo edital da Transpetro para construção de cinco navios gaseiros. Ficou em segundo lugar, mas o vencedor foi desclassificado e, assim, o melhor preço passou a ser do estaleiro local. Benito Gonçalves entende que “será preciso apenas mostrar a documentação exigida, que ela já possui, pois apresentou à Transpetro recentemente, quando venceu o edital dos navios Handy”.

Se a nova encomenda for conquistada, serão gerados ao todo cinco mil empregos diretos pela Ecovix, calcula o sindicalista.

Uma história de conquistas

O sindicato surgiu em 1932 e representava diversas categorias de trabalhadores. Suas lideranças foram protagonistas em vários episódios e, como acontece até hoje, nada se conquistava sem luta, mas sempre que havia a união dos trabalhadores os resultados eram positivos. Em 1979 a denominação passou a ser Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Rio Grande e tinha sua sede na rua Conselheiro Anphilóquio Reis, 277, na Vila Militar, cujo imóvel integra o patrimônio do STIMMMERG. Em 2010, aconteceu a mudança para a rua Dom Pedro I, 628, no bairro Cidade Nova, aonde encontra-se até hoje.

A partir de 2011 uma nova fase

A partir de maio de 2011 o Sindicato dos Metalúrgicos iniciou uma nova fase e foi totalmente revigorado. Cansados da falta de amparo e do descaso da diretoria da época, os trabalhadores mobilizaram-se, elegeram João Carlos Silveira Pereira Junior como presidente e Benito Gonçalves como tesoureiro. Estava surgindo o Polo Naval, um momento de crescimento, mas também de muitos compromissos para atender os anseios de mais de 20 mil trabalhadores. O sindicato teve sua sede reformada e foi construído o andar superior, que conta com amplas dependências e um salão social.

Em janeiro de 2012 Benito Gonçalves foi eleito presidente. O STIMMMERG passou a oferecer inúmeras vantagens aos associados, como assistência jurídica, vários convênios, cursos profissionalizantes, lan house, eventos esportivos e sociais, além das negociações com a classe patronal, que resultavam em ganhos significativos para os trabalhadores.

Nessa nova fase, o sindicato ganhou a extensão de base para São José do Norte. Passou por momentos memoráveis, como a paralisação da cidade e a ida de uma caravana de trabalhadores ao Rio de Janeiro para evitar o fim prematuro das atividades dos estaleiros da região. Graças a isso, o Polo Naval ganhou uma “sobrevida” e até os dias de hoje a diretoria se mantém fiel ao lema “Trabalho, Ética e Transparência”, mostrando como se faz uma política sindical limpa e honesta.

Esperança de empregos

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